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Arquitetos: ARX Portugal Arquitectos
- Área: 15300 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Do arquiteto: Este projeto foi selecionado em um concurso internacional por convite, lançado pela IMOCOM em julho de 2006, que contava com 16 equipes participantes.
Havia um conjunto claro de intenções do proponente: singularidade identitária e contemporânea, boa relação com as vistas (rio e cidade), concepção bio-climática e emissão de conteúdos audiovisuais para o exterior, aspecto que viria mais tarde a ser abandonado. Partimos do pressuposto de que a sua contemporaneidade resultaria de uma natural integração e síntese destas várias vontades, com as especialidades assumindo um papel ativo na caracterização da arquitectura.
O edifício foi concebido como uma casca ortogonal opaca, negra e protetora que cria uma forte interioridade/privacidade. As necessárias transparências foram rasgadas nas esquinas, procurando, com “um só gesto“, obter as melhores relações com as vistas e a adequada protecção contra a incidência solar no interior do edifício.
Há ainda um conceito de “reposição da natureza”. O somatório de áreas verdes integradas no edifício, é igual à área total do lote.
As aberturas nos cantos da casca negra são desenhadas como ficções de paisagem. Ficções de “lagos com juncos” no lado do rio e de “jardins” no lado oposto, que filtram as relações interior/exterior, e criam uma forte profundidade de campos visuais.
Ao anoitecer, estas ficções ganham uma inesperada presença. Num contexto urbano cada vez mais artificial, cintilam, sobre o fundo negro, como “flutuantes“ bolsas naturais.